FILE encerrou última semana em SP unindo arte e tecnologia

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Há 17 anos a cidade de São Paulo recebe o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, FILE. Aberto ao público desde 12 de julho no Centro Cultural Fiesp-Ruth Cardoso, sede do Fiesp e Sesi, todos os dias das 10h às 20h, a programação encerrou neste último final de semana, dia 28 de agosto.

O FILE é o evento mais importante de arte e tecnologia da América Latina. Das 17 edições, 14 delas, contando com a de 2016, foram expostas da Galeria de Arte do Sesi-SP. Segundo Paula Perissinotto, uma das curadoras do FILE, o festival sempre esteve atento a inovações e uso criativo das linguagens eletrônicas em todo mundo, e desta vez não foi diferente.

“Podemos afirmar que o FILE é, em si, uma celebração do novo”, afirma Paula. Nessa edição, o festival trouxe trabalhos que utilizam a realidade virtual, algo que é presente há alguns anos. Porém, dessa vez há um experimento multissensorial, que envolve visão, audição, tato e olfato.

A instalação que traz todas essas diferentes sensações é a Be Boy Be Girl, que por mais simples que pareça ser – apenas uma cadeira e um óculos 3D –, é possível se imaginar numa praia. Escolhendo o corpo de um homem ou uma mulher, a pessoa se vê numa praia e inclusive sente a brisa do mar.

O tema não significa, necessariamente, a definição de uma linha curatorial para a exposição. A frase escolhida nesse ano como tema foi “Venha passar do limite”. “Por uma feliz coincidência, uma das obras que despertou mais interesse e interação do público foi a Tape São Paulo”, explica a curadora do FILE.

Para quem passou pela Avenida Paulista na altura do Fiesp recentemente, deve ter observado uma estrutura enorme na entrada do prédio. Essa é a Tape São Paulo.

A obra literalmente ultrapassou o limite da Galeria do Sesi. Pela primeira os vidros da fachada do prédio foram removidos para que a escultura se se projeta em direção à avenida e foram necessários 8 dias para a montagem.

“Além disso, as pessoas ainda ultrapassam o limite da escultura e caminham dentro dela”, termina Paula.

Foram 339 artistas, 31 países e 331 trabalhos, divididos entre instalações interativas, obras de realidade virtual com uso de óculos 3D, games, animações, videoarte, net arte, arte sonora e performances.

Mariana Kotait