ESPM-SP é palco de discussão sobre publicidade infantil

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Debate sobre publicidade infantil foi ministrado pelo professor Mario Ernesto René Schweriner. Foto: Rafael Costa.

 

“Conar ou Cortar?”, este foi o nome atribuído ao debate sobre publicidade infantil, ocorrido no último dia 23 de abril, na ESPM-SP. O evento aconteceu no Auditório Renato Castelo Branco, contando com a mediação do professor Mário Ernesto René Schweriner e participações da professora de direito Denise Fabretti, do publicitário Marcelo Diniz, autor do livro “Será a propaganda culpada?”, do vice-presidente da ESPM, Hiran Castelo Branco, do professor e pesquisador Fabio Mariano, do docente Pedro Calabrez, doutorando em neurociência do consumo, e Naira Manco, do Instituto de Pesquisa Oficina Sofia.

A discussão dividiu opiniões favoráveis e contrárias sobre a criação e veiculação de propagandas direcionadas ao público infantil. Colocando-se ao lado das agências publicitárias, Fabio Mariano, que possui formação em sociologia, afirmou que não existe, por parte dos publicitários, uma mentalidade quase sádica para fisgar as crianças.  “Eu nunca vi, nos meus 23 anos de pesquisa, agência ou empresa, a gente se reunindo em uma seção de planejamento para falar: olha, aqui a criança vai cair nessa cilada, a gente pegou a bandida e os pais também”, exulta.

Além do discurso dos convidados, os espectadores tiveram a oportunidade de debater sobre o assunto, como foi o caso da Julia, estudante de Relações Internacionais em outra instituição de ensino. “A criança é prioridade absoluta. Está no artigo 237 da Constituição Federal, então, em primeiro lugar, antes de pensar no lucro das empresas, a gente precisa pensar nas crianças. Isto está sendo bom para o desenvolvimento delas? É saudável ter este bombardeio de publicidades dizendo que ela precisa disso ou daquilo?”, indaga.

Ao final do debate, o professor Mário expressou seu desejo em realizar outro evento com o mesmo tema, mas com a presença de representantes de órgãos contrários à publicidade infantil, como a Alana, e reguladores como o Conanda, para incentivar ainda mais a discussão. “Conar” é uma referência a um dos órgãos reguladores da propaganda no Brasil.

 

Rafael Costa (2º semestre) e Thayane Matos (1º semestre)