ESPM e Columbia promovem o 2º Seminário Internacional de Jornalismo

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Por Luan Fazio (4º semestre), Marina Toledo, Pedro Lino e Tássio Leal (1º semestre)

No último dia 15 de outubro, a ESPM-SP promoveu o 2º Seminário Internacional de Jornalismo em parceria com a Columbia Journalism School. O evento contou com a participação de Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Kyle Pope, jornalista e editor da revista Columbia Journalism Review, Mônica Waldvogel, jornalista e apresentadora do programa de entrevistas “Entre Aspas”, da GloboNews, Ângela Pimenta, do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), e Gilberto Dimenstein, jornalista e editor do site Catraca Livre. O evento contou ainda com dois paineis de discussão no período da tarde sobre Jornalismo e Educação e Jornalismo e Meio Ambiente.

Na abertura, Marcelo Rech introduziu o tema ‘’Democracia e Desinformação’’, abordando as ‘’Fake News’’ e os seus aspectos prejudiciais à democracia. Segundo ele, o modelo de negócios das redes sociais e o seu sistema de compartilhamento estimulam as desinformações e a propagação de mentiras de forma instantânea, afetando as escolhas conscientes por parte dos eleitores.

Para ele, as soluções passariam pela celebração de alianças entre veículos de comunicação, valorizando a confiança e a credibilidade na notícia como produtos, tratando jornalistas e veículos como certificadores da informação. Nesse cenário, profissionais que atuem em centros de referência terão valor crescente.

Em entrevista ao Portal de Jornalismo da ESPM-SP, Marcelo Rech afirmou que “diante do surgimento, do crescimento, da disseminação dos conteúdos difundidos por redes sociais, carregados por preconceitos, distorções e manipulações deliberadas, é preciso que a sociedade tenha vozes profissionais, valores éticos, morais, integridade e uma cultura do acerto, para fazer uma mediação do que é verdade e do que não é. Nesse sentido, o jornalismo nunca foi tão relevante’’.

Em seguida, a mesa esteve formada por Gilberto Dimenstein, Mônica Waldvogel e o americano Kyle Pope e foi mediada pela jornalista, Ângela Pimenta.

Gilberto Dimenstein afirmou ter uma visão otimista da situação que está por vir: “a verdade sempre vence”. O jornalista falou ainda sobre o excelente trabalho que o projeto Comprova (de verificação de informações) vem fazendo durante as eleições: ”a imprensa brasileira se preparou, mas não está ganhando essa guerra”. Dimenstein ainda lembrou sobre o compartilhamento excessivo de notícias falsas no whatsapp nestas eleições em 2018.

Já Mônica Waldvogel afirmou não ter uma visão tão positiva assim. A apresentadora apresentou dados de um estudo da USP que dizia ser de 3 a 5 mil notícias por dia falsas. “Como você vai ter o poder de desmistificar essas notícias que correm tão rápido?”, questionou Mônica, levando o editor do site Catraca Livre a responder: “A gente tem que passar o dia desmentindo mentira. Esse é o nosso dever”.

O próximo a falar foi  Kyle Pope, que comentou sobre o momento em que o Brasil está: “Parece uma máquina do tempo, é muito parecido”, diz. O jornalista americano comparou Donald Trump com Jair Bolsonaro, ao afirmar que “ninguém (nos EUA) levava o Trump a sério e olha o que aconteceu. E não melhora quando eles entram no poder”.

Além de falar sobre o atual momento político brasileiro e comparar com o americano, Kyle questionou o papel da mídia neste cenário: “nós estamos contando as histórias que eles querem ouvir? (…) Por que as pessoas não confiam mais no jornalismo convencional? Por que elas não leem a gente? Por que vão para as fake news?”