Espionagem no Brasil e política pós 11/9 são temas de palestra na ESPM

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A I Semana de Relações Internacionais Integrada, evento realizado em parceria com a faculdade Belas Artes, recebeu na terça-feira, 24 de setembro, às 17h, os professores Heni Ozi Cuckier (ESPM), Thamya Rebelo (Belas Artes) e Demetrius Pereira (ESPM), que falaram sobre Espionagem, Segurança e Drones. O poder e a influência política dos Estados Unidos foram questionados pelos palestrantes e pelos alunos, apontando se há necessidade das intervenções dos americanos em assuntos além de suas fronteiras.

Professores discutem política de segurança na I Semana de Relações Internacionais Integrada na ESPM. Foto: Isabela Souza.

A política pós 11/9, data marcada pelo ataque terrorista às torres gêmeas, em Nova York, é considerada o principal motivo para as ações norte-americanas atuais, começadas pela invasão ao Iraque em 2003. “Há uma legalidade nessa atuação depois do 11/9. Tudo se justifica a partir dessa data”, afirma a Thamya Rebelo. Ela conta que há a aceitação dos norte-americanos em relação às políticas de espionagem e inteligência, que privam sua segurança à privacidade.

Recentemente, a descoberta da espionagem americana no Brasil foi notícia na mídia e até a presidente Dilma Rousseff teve emails e telefones rastreados. Os métodos de espionagem já são utilizados há muito tempo, desde o período das guerras, sendo evidenciados, atualmente, pela política americana.

“Se o Brasil está mesmo preocupado com a questão da espionagem, deveria investir contra a espionagem, contra inteligência, gastar dinheiro com defesa, pesquisas, empresas de segurança cibernética. É aí que você se protege, não fazendo discurso na ONU”, critica Cuckier a fala da presidente Dilma na 68ª Assembleia das Nações Unidas ocorrida na manhã de terça-feira. Ela afirmou que a ação dos Estados Unidos é “afronta aos princípios que devem guiar as relações entre os países”.

“O que é novidade é o fato de que os EUA cruzarem a ponte: antes o foco era a Rússia, China, Paquistão, Irã, Iraque. O que espanta é fato dos ‘amigos’ investigarem outros ‘amigos’”, acrescenta Thamya. Segundo a professora de RI, a política de espionagem cria um paradoxo na sociedade. O governo quer garantir a segurança e a proteção do indivíduo, mas invade a privacidade de todos.

Antes desta mesa, às 14h, foi tema discutido a Política Externa Brasileira: A transição FHC, Lula e Dilma quanto ao papel do Itamaraty e Parcerias Transnacionais. O encerramento da I Semana de Relações Internacionais Integrada está previsto para 26 de setembro, quinta-feira.

Isabela Souza (2º semestre)