Dorothea Lange: fotógrafa do FSA que registrou a depressão de 1929

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No foto-áudio-reportagem realizado pela estudante Julianna Bettim, do 2º semestre do Curso de Jornalismo da ESPM-SP, conheça o trabalho de Dorothea Lange, uma das mais importantes fotojornalistas do século XX.

Dorothea Lange, nascida no ano de 1895 em Nova Jersey, na segunda geração de uma família de imigrantes alemães, ficou conhecida por ter sido uma fotógrafa documental influente e pioneira no ramo.

Durante a infância, Lange passou por dois traumáticos incidentes. Aos 7 anos, contraiu poliomielite, o que a deixou com a perna direita enfraquecida pelo resto da vida. E ao completar 10 anos, Dorothea teve que lidar com o divórcio de seus pais e, com isso, cresceu sentindo-se culpada pela separação.

Entretanto, seus pais sempre foram grandes defensores da educação. Com isso, a arte e a literatura sempre estiveram presentes na vida da jovem Lange. Após o Ensino Médio, então, Dorothea decidiu seguir a fotografia como profissão, aprendendo as técnicas com Clarence White na Columbia University, em Nova Iorque, e trabalhando como aprendiz para diversos fotógrafos, como Arnold Genthe.

Em 1918, mudou-se para São Francisco, onde abriu o seu estúdio de retratos, casou-se com Maynard Dixon e morou durante toda a sua vida. No ano de 1920, Lange teve o seu primeiro contato com a fotografia documental, ao viajar pelo Sudoeste, junto de seu marido, fotografando os nativos americanos. E em 1930, com a Crise de 1929, Dorothea saiu do estúdio para poder fotografar a situação das ruas.

As suas imagens chamaram a atenção de outros fotógrafos, o que a levou a trabalhar na Farm Security Administration (FSA), uma instituição que tinha como principal objetivo combater uma das principais consequências da Grande Depressão: a pobreza rural. Além disso, em 1935, Dorothea conheceu o professor universitário e economista, Paul Taylor, e acabou se separando de seu primeiro marido.

De 1935 até 1939, portanto, a fotógrafa retratou todo o sofrimento das famílias menos assistidas pelo governo, rurais e descoladas, e também dos trabalhadores imigrantes. Na época, as suas fotos se tornaram muito significativas, por serem distribuídas a todos os jornais do país, e, portanto, é desse período a sua fotografia mais conhecida, “Migrant Mother”, que retrata a imigrante Florence Owen Thompson com três de seus sete filhos.

Em 1941, Lange foi a primeira mulher a receber uma bolsa da Fundação Guggenheim. E cobriu a entrada americana na Segunda Guerra, registrando os japoneses americanos no campo de realojamento após o ataque a Pearl Harbor. Algumas fotografias desse período, realizadas principalmente no campo de Manzanar, foram confiscadas pelo exército por serem extremamente críticas, mas atualmente estão disponíveis na Biblioteca Bancroft da Universidade da Califórnia e no site do arquivo nacional do país.

Ao longo de suas duas últimas décadas de vida, Lange enfrentou alguns problemas de saúde, mas continuou ativa, sendo co-fundadora de uma editora que produzia revistas e alguns livros sobre fotografia. Além disso, ainda viajou para alguns outros países com o seu marido, como o Egito, em 1962 e 1963.

Em outubro de 1965, porém, Dorothea Lange faleceu devido a um câncer no esôfago.

Dorothe Lange – fot grafa documental do FSA – Farm Security Administration (Source) from ESPM on Vimeo.