Documentário sobre Mariana (MG) é tema de debate na ESPM-SP

O documentário de 24 minutos foi mostrado durante palestra Foto: Ana Carolina Cavallini

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O documentário de 24 minutos foi mostrado durante palestra Foto: Ana Carolina Cavallini

Na última segunda-feira, 23, aconteceu no Auditório Castelo Branco uma palestra sobre o documentário Vale do Rio de Lama – no rastro da destruição. Os jornalistas e professores Erivam de Oliveira e Sílvio Henrique Vieira Barbosa, além da jornalista recém-formada pela ESPM-SP, Bárbara Arruda Souza, contaram um pouco do processo de produção e de como surgiu a ideia e do que viram da destruição.

Erivam e Sílvio contam que a ideia nasceu em novembro de 2015 junto com a vontade em fazer um webdocumentário sobre o polêmico tema. Atrelada a esse desejo, a indignação com a falta de cobertura da grande mídia e com o fato de a tragédia não ser muito comentada pelos moradores da região foi o pontapé inicial para o desenvolvimento do projeto.

O rompimento da barragem da mineradora Samarco, na cidade de Mariana (MG), provocou uma onda de lama que devastou os distritos da região. Para entender melhor e ver de perto o rastro que a tragédia deixou, o roteiro da viagem previu passar pelas cidades que mais sofreram. No total, foram cerca de 3 mil quilômetros percorridos.

“O Brasil despertou para a importância do Rio Doce”, disse Erivam, quando contava que antes mesmo do rompimento da barragem, o Rio já estava morrendo por conta da exploração e do desmatamento causado, principalmente pela agropecuária. Mas, agora, após a invasão de lama nas águas, houve grande diminuição no número de peixes e a um mau cheiro instalou-se na região das margens.

Eles contaram que os danos se deram de forma sequencial, em cadeia. As distâncias entre as cidades por onde passaram e o local onde fica a barragem eram grandes e, mesmo assim, o volume de lama ainda era significativo. Além disso, tinham a impressão de estarem sempre sendo observados, tendo em vista o fato de serem jornalistas.

Tendo como base as conversas que tiveram com as pessoas da região, Erivam, Sílvio e Bárbara contaram que os discursos desses moradores e dos funcionários, a respeito da Samarco, eram sempre positivos. Não ouviram críticas à empresa e perceberam que esse assunto se tornou um tabu naquela área, mas a esperança de que o Rio volte a ser saudável ainda persiste.

Os professores acreditam que a iniciativa de se produzir um documentário como este incentiva os colegas professores e outros alunos a participarem mais, com ideias novas, e acreditam que o resultado foi eficaz por mostrar o maior acidente ambiental do Brasil.