No dia da água, desconhecimento, uso consciente e “Saara” foram lembrados

Represa do Cantareira, durante a falta de água de 2015. (fonte: EBC)

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Quarta-feira (22) é celebrado o Dia Mundial da Água, uma data que visa a reflexão e conscientização a respeito deste importante recurso. Em uma enquete pela Vila Mariana feita pelo Portal de Jornalismo, 10 de 11 entrevistados não sabiam deste importante dia. No entanto, todos contam que costumam adotar práticas de consumo consciente.

Entre elas, reduzir o tempo de banho, reutilizar a água, evitar lavar calçada e reduzir o desperdício na hora de lavar a louça, a roupa e escovar os dentes foram algumas das práticas relatadas pelos entrevistados. “Eu reaproveito a água: quando eu lavo roupa na máquina de lavar, uso um tonel em que a água é reutilizada para lavar a rua, o banheiro e encher a bacia do banheiro”, conta Claudia Borges da Silva, faxineira de prédio. Apesar da boa intenção, especialistas afirmam que apenas o terceiro despejo de água da máquina de lavar tem condições sanitárias de reuso.

Claudia Borges da Silva conta que teve que ralar para conseguir pagar as contas de água durante a crise de 2015. Atualmente, poupando água, economizou também em suas contas do mês. (foto: Sofia Nunes)

“Saara”

Há dois anos, São Paulo enfrentava uma crise hídrica, pela falta de chuva sobre o Sistema Cantareira de Reservatórios do município. Os efeitos não foram sentidos de forma homogênea pela capital paulistana – já que a mantenedora Sabesp decidiu reduzir a pressão dos encanamentos, reduzindo o desperdício em vazamentos e afetando regiões altas e distantes das represas. 

Mesmo assim, os dois meses sem chuva de 2015 foram suficientes para conscientizar parte a população sobre o uso racional da água. “Todas as ações de conscientização, principalmente durante a crise, deixaram uma herança boa à população, que aprendeu a economizar e utilizar de forma mais racional”, conta Fernando Flores, funcionário da Sabesp.

O consumo responsável do recurso ocorre inclusive por aqueles que não sentiram a crise de maneira tão forte, como é o caso de Leonardo Matos, 18 anos, estudante. Matos mora no Jardim Paulista e desde a crise economiza água esperando o chuveiro esquentar.

Contudo, o cenário ainda não está completamente resolvido, e a preservação da água ainda é algo importante. Em São Paulo, por exemplo, Flores ressalta que a oferta de água na região metropolitana da capital paulistana em relação à população é uma quantidade muito pequena.  “O volume de água disponível por habitante é menor do que no deserto do Saara. Então é realmente uma situação preocupante”, afirma.

 Por Sofia Nunes (1º semestre de Jornalismo)