Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher atende vítimas na Grande Vila Mariana

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“É muito difícil para a mulher tomar a decisão de chegar na delegacia”, afirma assistente social. Foto: divulgação

 

Uma em cada cinco mulheres considera ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem, seja conhecido ou não, segundo dados da pesquisa feita pela Fundação Perseu Abraão em parceria com o SESC. “Há dias que atendo quase 30 casos e aproximadamente 90% das vitimas são da região da Vila Mariana”, afirma a assistente social Maria Auxiliadora Coutinho, que faz o acolhimento das mulheres na 2ª Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher.

De acordo com Maria Auxiliadora, os casos mais recorrentes são de mulheres entre 35 e 45 anos. Entretanto, a delegacia também atende desde crianças (de ambos os sexos) até idosas. Após o acolhimento feito pela assistente social, a vítima deve realizar o boletim de ocorrência para que o escrivão possa avaliar os crimes cometidos pelo agressor. Em seguida, é realizado um exame de corpo e delito no IML (Instituto Médico Legal).

“Algumas querem cancelar o boletim de ocorrência, pois alegam ter feito ‘as pazes’ com o agressor. No entanto, o inquérito não pode ser interrompido, uma vez que a lei não permite cancelamento”, completa Maria Auxiliadora.

Durante sua explicação, a assistente social foi interrompida por uma vítima que queria realizar uma nova ocorrência contra o ex-marido. “Para conseguir dormir, eu tenho que esconder uma faca debaixo do travesseiro”, relatava a mulher de aproximadamente 60 anos.

Filhos

A psicóloga Christina Varella comenta que a vítima deve ter controle sobre sua própria vida. “Eu noto que muitas mulheres suportam essa situação por causa de seus filhos, porém, acobertando o agressor, transmitem uma postura errônea para eles”, afirma. Ela também indica sessões de terapia para os envolvidos.

Está prevista para 2014 a criação da Casa da Mulher, espaço que irá integrar todos os serviços relacionados à violência contra a mulher. Policia Civil, Defensoria, Ministério Público, atendimento psicológico e social e abrigo para mães com filhos são alguns deles. A ideia é que a inauguração seja feita no Dia da Mulher, 8 de março, e a sede pertencente ao Estado de São Paulo será na Aclimação, região da Grande Vila Mariana.

 

Serviço
2ª Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher
Av. Onze de Junho, 89 – Vila Clementino
Tel.: 5084-2579
Horário de funcionamento: 9h às 19h

Carla Fernandez e Fernanda Botteghin (2° semestre)