A culpa é deles? Na Vila, moradores discutem sujeira nas ruas

Apesar de (muitos) cães no bairro, como Tobi, moradores acham ruas limpas

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Apesar de (muitos) cães no bairro, como Tobi, moradores acham ruas limpas. Foto: (Marina Bianchi)

A Vila Mariana é um bairro de São Paulo que conta com grande número de cães. Não importa a idade ou horário do dia, os animais sempre estão dando sua volta pela rua, seja apenas para sair com seus donos ou para fazerem suas necessidades. Apesar desses habitantes e seus hábitos, moradores do bairro acham as ruas de hoje em dia mais limpas do que eram no passado.

É o caso da Regina Mendes, que sai três vezes ao dia com Tobi, um Lhasa Apso. “Desde quando começamos a passear, há 12 anos (a idade do cachorro), sinto uma melhora na limpeza. Lógico que vemos um ou dois (cocôs) por aí, mas não é como antes”, explica Regina.

Para ela, as pessoas estão mais conscientes e preocupadas com as fezes dos cães nas ruas. “Um dia saí com Tobi e o cachorrinho de um moço parou e fez cocô. O homem ficou desesperado porque estava sem saquinho, pois já tinha gasto o dele. Peguei o meu e lhe dei”, conta Regina, que diz sempre sair com sacos extras. “Pode acontecer do cachorro fazer mais de uma vez”, complementa.

Para Regina, o problema da sujeira de hoje tem relação com problemas hídricos de São Paulo. “Como as calçadas não estão sendo lavadas, o Tobi fica muito sujo quando passeia. Ao voltar para casa, tenho que lavar as patas dele”, explica.

Mais lixeiras

Marilda Peixoto, dona de July, um Jack Russel, acha que a sujeira nas ruas do bairro diminuiu por causa do aumento de lixeiras na região. “Agora tem onde você jogar o cocô dos cães, antes não. Às vezes, eu jogava o cocô no bueiro, mas isso me incomodava”, explica.

Apesar da melhora na limpeza da calçada, Marilda ressalta que ainda há cidadãos que não contribuem para tal. “Eu percebo que os rapazes que levam dois, três cachorros para passeio não se preocupam muito”, desabafa.

Já Lindalva de Jesus da Silva, costureira há 15 anos atuando na Vila Mariana, diz que não houve nenhuma melhora no comportamento das pessoas em relação à limpeza do bairro. “Se alguém estiver olhando, as pessoas pegam o cocô de seus cães. Senão, deixam-os no chão e apenas vão embora”, lamenta.

“Hoje mesmo, tinha um (cocô) aqui na porta. Peguei água, sabão e o retirei. Para mim, falta vergonha na cara das pessoas”, diz, chateada. Para ela, o mais triste é ver que são os adultos que deixam de catar as fezes. “Não são crianças”, acusa.

Otavio Cintra (3º semestre)