Coronavírus muda rotina de treinamento dos atletas

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Gabriel Trindade, Giullia Reggiolli, João Cirilo, Tais Burihan (Oficina de Jornalismo Esportivo)

 

Foto: Arquivo pessoal Rafael Winicki com Gustavo Henrique

 

Com o cancelamento dos treinos devido a pandemia do coronavírus, clubes de futebol começam a planejar como manter o condicionamento físico e psicológico de seus atletas nos tempos de quarentena. Sem poder contar com a estrutura de seus centros de treinamento, as equipes estão procurando a forma mais adequada de acompanhamento para seus jogadores.

O Bahia, por exemplo, adotou uma forma mais prática de treinamentos em casa. No caso, o time dividiu seus atletas em pequenos grupos, onde cada um deles ganha uma atividade específica devido seu tipo físico e mentalidade. Esses grupos têm um acompanhamento diário, onde eles devem gravar seus treinamentos e enviar ao preparador designado para avaliação de seu estado físico e manutenção corporal. Os atletas do Palmeiras e do Fluminense, também estão seguindo uma rotina parecida de treinamentos caseiros.

Rafael Winicki, preparador físico particular que tem entre seus clientes jogadores do Flamengo, afirma que as diretrizes adotadas pelo clube visavam manter os exercícios dos atletas mesmo durante a quarentena. “O Flamengo deixou uma planilha de treino que envolve treinos preventivos e treinos de manutenção de uma boa condição física, além de disponibilizarem equipamentos para alguns dos atletas que não tinham para treinar em casa”, explica Winicki.

O preparador ressalta como os treinos estão sendo feitos, sem gerar fadiga nem sobrecarga nesse momento que vivem para manter a forma física, mas não ter queda da imunidade. “São treinos de manutenção geral, isso inclui trabalho de mobilidade, de força, de core e cardiovascular”, destaca.

O preparador físico da seleção de futebol feminino sub-20, Luiz Rodrigo, também se posicionou sobre como as atletas estão lidando com os treinamentos durante esse período confinadas: ” Procuramos monitorar as atletas através de vídeos encaminhados diariamente por elas, ajustando algumas atividades se necessário, em relação a espaço físico que elas têm para realização dos treinos.”, conta o preparador. Mesmo com a prática de treinos em casa, Luiz afirma que o trabalho individual das atletas não se compara com a rotina diária em grupo.

Em uma conferência intermediada pela própria CBF junto aos dirigentes de clubes de Série A e B, foi decidido que os times poderiam colocar seus jogadores em férias coletivas durante 20 dias, no período do dia 1° de abril até o dia 20 do mesmo mês.  Essa decisão foi tomada perante a medida provisória adotada pelo governo federal, permitindo a sua adesão até o final da epidemia causada pelo vírus Covid-19. Além disso, a maioria dos clubes ainda não conseguiu acordar salários com todos seus jogadores.

O preparador Luiz Rodrigo também relatou sobre como deverá ser o retorno de suas atletas após a volta das férias e começo de treino e jogos pós-quarentena. Em sua fala ele explica que o rendimento físico das jogadoras deverá ser muito abaixo do que o encontrado antes da paralisação, visto que mesmo com os treinamentos em casa, as cargas de treino são bem inferiores às no centro de treinamento. Porém ele afirma estar auxiliando as meninas ao máximo para minimizar a perda de condição física.