Comércio da Vila Mariana reage à Operação Carne Fraca com cautela

Share

Na última sexta-feira (17), a Polícia Federal divulgou a Operação Carne Fraca, que investiga um esquema de pagamento de propinas a fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura para liberar determinados frigoríficos a vender produtos adulterados, como com produtos químicos ou com carnes fora da validade de consumo. A equipe do Portal do Jornalismo da ESPM foi em busca da opinião de comerciantes e consumidores pela Vila Mariana.

Bruno Cera, 22 anos, um dos sócios do São Carlos Lanches. (Foto: Lucas de Abreu)

 Os proprietários da São Carlos Lanches, hamburgueria da região, Rafael e Bruno Cera, disseram que compram as carnes de um açougue próximo do estabelecimento, mesmo não sabendo de sua procedência. Bruno ainda afirma que não houve uma redução nas vendas. “Por outro lado, o consumo de hambúrgueres vegetarianos aumentou”, conclui.

Funcionários de um açougue da região, que não quiseram se identificar, disseram que o estabelecimento onde trabalham não sofreu com a diminuição de vendas. “Trabalhamos com carnes de alto padrão e obtivemos até um aumento de clientela”, celebram. Já para Luis Carlos, dono de supermercado, os estabelecimentos devem contar uma pessoa encarregada para analisar a refrigeração dos caminhões dos fornecedores e uma nutricionista para ajudar na verificação da qualidade do produto. 

Taxista José Cícero, na região Vila Mariana. (Foto: Guilherme Soria)

O taxista José Cícero dos Santos, por exemplo, acha a situação preocupante: “Meu consumo de carne diminuiu bastante, agora dou preferência a legumes”, confessa. Santos disse também que compra o produto apenas “em lugar de confiança” e que, por isso, acredita na qualidade dos produtos. Além dos malefícios ao consumidor – caso a denúncia seja verdadeira – a denúncia da PF renderá perdas milionárias ao mercado pecuário de exportação. De acordo com o ministro de agricultura Blairo Maggi em pronunciamento na TV Senado, o setor prevê uma queda de 10% na exportação de carnes, ou seja, uma perda de mais de 1,5 bilhões de reais por ano.

Por Bárbara Proença, Guilherme Crivelin, Guilherme Soria, Lucas de Abreu e Mateus Lemos (1o semestre)