Ciclo-rota visa melhorar convivência entre motoristas e ciclistas

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Quinze quilômetros de vias em São Paulo onde a preferência é dada ao ciclista parece algo inviável. Não há total respeito entre os que andam de bicicleta e os motoristas, o que pode ser comprovado pelos números: um ciclista morre a cada semana, de acordo com dados da CET de 2010. Contudo, o projeto da criação da ciclo-rota foi concluído em julho para a felicidade de muitos ciclistas e infelicidade dos estressados motoristas paulistanos.


 

Renata Falzoni, cicloativista e jornalista da ESPN, enfatiza que os ciclistas possuem direito de dividir o espaço com os outros veículos e pessoas que transitam pelas ruas. “O fato é que em uma sociedade onde não existe impunidade e abusos, os ciclistas dividem as ruas com motoristas na boa sem problema algum, bastando para isso a velocidade máxima e as regras serem cumpridas.”

Nos trechos por onde passa a ciclo-rota, a velocidade máxima permitida foi reduzida para 30km/h e uma sinalização adequada alerta para as mudanças. De acordo com Marcelo Lopez, da CET, o número de acidentes envolvendo ciclistas com certeza irá diminuir, uma vez que os motoristas estarão mais atentos às sinalizações.

O engenheiro Francisco José Garcia, que anda de bicicleta há 28 anos, acredita que a nova ciclo-rota é segura e incentivará o uso. Sua opinião é que a bicicleta no Brasil é considerada um meio de transporte “vulgar”, enquanto nos outros países é um veículo bem-visto e sustentável.

O ciclista Ari Meneghini, diretor executivo do International Advertising Bureau, por sua vez, pensa que a região da ciclo-rota será mais segura para os que pedalam, mas a conscientização dos motoristas estará limitada à região. Garcia e Renata concordam com ele em um ponto: é necessário mais educação pela parte dos motoristas e punição aos que infringem a lei. “O governo tem que fazer uma campanha de educação bem séria e grande, porque os ciclistas já estão dividindo as ruas com carros”, ressalta Meneghini.

 

Natália Picanço (2º semestre)