Casais homoafetivos revelam histórias de adoção

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Jamyla Braga (6º semestre)

“A decisão de adotar sempre existiu para a gente. Os dois pensavam igual, desde não determinar se fosse criança ou adolescente, menino ou menina, ou se ia ter uma doença ou não”, diz o casal Bruno Bruhns e Fabrício Pellegrino, que adotou o filho Sérgio.

Cida Garcia e Helo Silva também representam um dos casais a realizar o sonho de formar uma família, quando adotaram a Ana. “O nosso processo foi bem atípico, porque não demorou. A gente diz que nem ficou grávida, porque não durou nove meses, foram apenas cinco, nasceu bem prematura”.

Histórias como essas se repetem, mas nenhuma barreira impede que a comunidade LGBTQ+ continue em busca dos seus direitos de formar uma família. Segundo a Vara Central da Infância e da Juventude – SP, 15% dos pretendentes à adoção são casais homoafetivos e 20% das doações, em 2018, foram feitas por casais homossexuais.

De acordo com os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apenas no Brasil existem 47 mil crianças em estado de acolhimento.

Em 2015, o STF, no atendimento da ministra Cármen Lúcia, reconheceu a adoção por casais do mesmo sexo. “O conceito contrário implicaria forçar no nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou homofóbico”, disse a ministra na sua decisão final.

Mesmo assim, segundo o site do jornal O Globo, em 2011, 55% dos brasileiros eram contra a adoção por casais do mesmo sexo, em pesquisa revelada pelo Ibope, e, em 2010, um projeto de lei chegou a ser apresentado para a proibição da adoção por parte desses casais.

Para o doutor em psicologia social, Marc André Keppe, a adoção antigamente era mesmo mais complicada para um casal homoafetivo, mas hoje as coisas estão um pouco mais simplificadas, apesar de ainda existir forte preconceito social.