O professor Eduardo Benzatti e o psicólogo Bruno Ricardo da Silva ministraram uma palestra na tarde desta quarta-feira, 18 de setembro, sobre ritos, religião e o tabu das drogas. Com base no documentário “Quebrando o Tabu”, a discussão foi realizada na ESPM de São Paulo, e contextualizou o uso das drogas, além de questionar a legalização.
“Nada resiste ao capital, hoje a questão das drogas concentra somente menos capital que a de eletroeletrônicos”, colocou Benzatti. O professor apresentou o uso por poetas e artistas, como o simbolista Rimbaud, e mostrou a música de Gilberto Gil, ‘Copo Vazio’, para relacionar o mesmo.
Silva, por sua vez, levantou um debate pelos conceitos de legalização, descriminalização e liberação da maconha. O psicólogo explicou que liberar a droga seria manter o uso indiscriminado da substância, e o tráfico também, enquanto a descriminalização seria a não geração de uma pena pelo porte. Legalizar, no entanto, seria a liberação total do uso, onde a droga seria, ao mesmo tempo, normatizada, como o cigarro.
O debate envolveu pontos sobre a questão de legalizar ou não a maconha, e se era uma prioridade para o país agora. Ao mesmo tempo, analisaram o quão preparado o país está para receber a livre circulação da droga, e o que a possibilidade de uso por todos causaria a sociedade. Há também a polaridade do contexto cultural que o país se encontra, onde tanto bairros nobres como periféricos tem acesso à maconha. Ao mesmo tempo, a questão da droga foi comparada ao uso de remédios vendidos em farmácias, cigarro e até mesmo o álcool.
A palestra faz parte da “Semana Cultural 4:20 – Legalizar ou não?”, realizada pelo Centro Acadêmico 4 de Dezembro da faculdade, que teve início na segunda feira (16) e durará até sexta (20).
Bianca Giacomazzi (2º semestre)