Com o auditório lotado de alunos, professores e direção, Gandour comentou sobre o jornalismo sob dois aspectos: o clássico e o aplicado. O clássico, mediante a atuação convencional de profissionais nas redações de rádios, revistas, jornais e televisão. Nesse caso, o profissional percorre todo o processo de apuração da informação e elaboração da matéria. O aplicado, quando se refere ao “uso das técnicas jornalísticas fora do ambiente jornalístico propriamente dito, como ferramenta de comunicação no universo empresarial”, seja nas assessorias de imprensa ou na comunicação coorporativa que cuida da boa comunicação, completou. Para Gandour, o jornalismo é umas das profissões mais importantes do mundo, e está basicamente fundamentado em: atitude, método e narrativa. A atitude está relacionada com o distanciamento sem hostilidades, com o olhar duvidoso que o jornalista deve ter, com a curiosidade e desconfiança e, ao mesmo tempo, com a humildade, pois estar seguro de que sabe muito é, segundo ele, um equívoco. O método se refere a todo o processo que um produto jornalístico passa. Por último, mas não menos importante, a narrativa, que o jornalista define como algo a ser cultivado e dominado, algo como o autodidatismo, como ler muito e escrever muito.
Ricardo Gandour aproveitou a oportunidade para informar um pouco sobre sua vida profissional, contando que está ligado ao meio jornalístico desde pequeno. Oriundo de Nova Granada, interior de São Paulo, cidade onde seu pai teve um jornal por 42 anos, o jornalista fazia revisão e diagramação aos 12 anos e já editava aos 14. Conforme o contexto da época de sua juventude, as pessoas ainda seguiam as opções mais convencionais como engenharia e direito, e mesmo se identificando com jornalismo, Gandour cursou primeiramente engenharia. Apesar de ser um engenheiro frustrado, ele comentou que todo conhecimento adquirido foi válido, mas não resistiu e foi cursar a tão querida profissão de jornalista em São Paulo. Em seu último ano de curso ele fez uma cobertura para a Folha de S. Paulo, jornal em que trabalhou durante 11 anos.
Piera Colognori (3° semestre)
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