Ballet de cegos mostra a importância da inclusão

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Apresentação de Olhando para as Estrelas, dentro do evento Traga Luz. Foto: Maria Travalin

 

Cecília Lóssio e Maria Travalin – 1° semestre

Fotos: Maria Travalin

 

A companhia de dança Fernanda Bianchini apresentou na segunda-feira (6) o espetáculo Olhando para as Estrelas, organizado pelo Diretório Acadêmico Guerreiro Ramos (DAGR) para o evento Traga Luz. A performance ocorreu no Teatro Philip Kotler, às 13h, no campus Álvaro Alvim da ESPM-SP.

O primeiro ato contou com um dueto dos bailarinos Alexsandro Lima e Marianne Mayumi, a qual é portadora de deficiência visual. Já no segundo ato, todos os cinco bailarinos da companhia estavam presentes no palco e, enquanto Gustavo Lopes e Jéssica Lacerda dançavam, os demais usavam uma capa com luzes de led que criavam um efeito visual ao moverem os braços.

Maria Scaringela, integrante do diretório, discursou sobre o objetivo principal do projeto para o ambiente acadêmico antes de iniciarem as apresentações: “É significativo tanto para a ESPM quanto para a sociedade, pois traz visibilidade para uma causa que não é tão vista, nem tão comentada”.

No palco, Cíntia Domingues, uma das bailarinas presentes no evento, que perdeu parte de sua visão em 2019, e declarou ter tido a sua vida transformada pela dança e pelo projeto da Fernanda. “Na associação, eu aprendi muito mais do que dançar. Aprendi a prosseguir e dar continuidade para minha vida. Eu me levantei da plateia, vim para o palco e comecei a ser protagonista da minha história”, desabafou. Cíntia também comentou sobre a aplicação de uma “inclusão às avessas” na companhia, que consiste na inclusão de pessoas de baixa renda, com nenhuma deficiência, para aprenderem com pessoas com deficiência (PCD) durante as aulas.

História e Futuro

A associação convidada foi pioneira na criação do método de ensino de ballet clássico através do toque para deficientes visuais, desenvolvido pela bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini. O projeto foi iniciado em 1995 e oferece cursos gratuitos de diferentes formas de dança além de ballet, como sapateado e dança do ventre, aulas de violão, coral e teatro. Hoje, a instituição conta com mais de 400 alunos com diferentes tipos de deficiência e síndromes. Segundo o IBGE, em 2022, o Brasil tinha cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência e, dentre elas, 9,2 milhões estavam presentes somente na região Sudeste.

Com o objetivo de inaugurar sua própria sede no Jabaquara, a Associação criou o Projeto Tijolinho, uma causa elaborada pela instituição para arrecadar fundos para a construção do novo espaço. Saiba mais no Instagram: @associacaofernandabianchini