Aplicativo “Granja.in” pode ser o futuro das economias de bairro

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Os smartphones expandiram um grande mercado para os jovens visionários com ideias inovadoras: o setor de desenvolvedores de aplicativos. Apesar de ser ainda muito amplo é um meio muito seleto, onde poucos conseguem se destacar. Entre os desafios para os desenvolvedores, fica sempre a dificuldade de investimentos e empresas que apoiem essas novas criações.

O empreendedor e estagiário de negócios, estudante de Comunicação Social pela ESPM-SP, Giovanni Salvador, junto ao sócio Jorge Garcia, designer e desenvolvedor, atingiu o objetivo e apresentou uma ideia original e potencialmente lucrativa. Em entrevista ao Portal de Jornalismo, Giovanni conta um pouco mais sobre sua nova ideia, o aplicativo piloto Granja.IN, algumas dificuldades no desenvolvimento de seu projeto, alguns dados, dicas e a preocupação social do estudante.

 

Giovanni estipula um faturamento de 150 mil em um ano Foto: Divulgação

 

Com apenas 20 anos de idade, Giovanni conta que as maiores dificuldades para o desenvolvimento de aplicativos são os impasses jurídicos, definição do modelo de negócio, a burocracia e a dificuldade financeira em gerar os projetos. Segundo o estudante o público alvo do Granja.IN, são os moradores do bairro da Granja Viana que desejam economizar e consumir em comércios locais, 62% dos clientes de 18 a 24 anos e 32% de 41 a 50 anos, pessoas de classe A e B e na maioria mulheres (55%).  A meta de faturamento do aplicativo piloto para o resto de 2015 é de R$ 60 mil e de R$ 150 mil em um ano de operação.

 

O aplicativo ainda é um produto piloto com a ideia de ser um aplicativo regional, onde os usuários podem encontrar os estabelecimentos no seu bairro (a meta é englobar aproximadamente 90% dos estabelecimentos), como restaurantes, petshops, chaveiros e cinemas, dispostos em categorias e uma seção chamada de “promoções”, um sistema em que comércios disponibilizam brindes ou promoções aos usuários. “O anunciante compra um espaço para atingir os nossos usuários”, diz o empreendedor.

O diferencial de seu produto, segundo Giovanni, é o primeiro modelo de franquia de aplicativos, até o momento, e, claro, a geração de AppLeads. “Focamos na experiência do usuário, é só se cadastrar, escolher e clicar em ‘eu quero’ e ir até o local desejado e consumir”. Outra questão relevante, segundo ele, é que não há necessidade de pagar por meio do aplicativo, “para o usuário final o serviço dentro do app é totalmente gratuito, sem custo para baixar e para usar, só se paga diretamente para o empreendimento”.

O modelo de franquia consistiria no mesmo modelo do aplicativo piloto, porém, replicado para outras regiões, assim, segundo o próprio criador da ideia, ajudando no crescimento acelerado do produto. A geração de leads ou geração de códigos seria uma função dentro do aplicativo em que os códigos gerados resultariam em promoções, brindes ou eventos nos estabelecimentos filiados ao aplicativo, sem a necessidade do usuário em fornecer informações muito pessoais.

Giovanni aconselha aos que desejam adentrar no meio de desenvolvimento de aplicativos, a aposta em aplicativos pilotos, nos quais erros graves possam ser corrigidos sem grandes prejuízos. Ele também ressalta a necessidade de uma análise da viabilidade financeira, de um bom design e boa navegabilidade dentro do aplicativo, e usa o conceito de Thiago Feijão, criador da startup “QMágico – A arte de fazer tudo sem ter nada”, ou seja, empreender, apostar sem ter muito dinheiro, trabalhar muito e acreditar no seu produto.

O estudante finalizou destacando o âmbito social do Granja.IN, que seria, segundo ele, três objetivos principais. O primeiro seria o desenvolvimento de microeconomias, ou seja, economias de bairro, fazendo com que elas acabem se tornando autossuficientes gerando mais demanda local. O segundo objetivo seria uma consequência do primeiro, a geração de empregos, que resultaria numa menor retração ao bairro melhorando a mobilidade urbana. Por último, a preocupação com entidades de cada região, a longo prazo o aplicativo servirá como um divulgador de ações beneficentes dessas entidades: “criar um negócio de impacto social, do meu ponto de vista, significa criar valor para a sociedade, ajudar as pessoas, preocupar-se com elas”, finaliza Giovanni.

Silvio Junior (2 semestre)