Aluna pondera sobre vazamento de informações sigilosas

Share

Dia 15 de março, o Colégio Bandeirantes divulgou acidentalmente informações sigilosas sobre seus alunos. O vazamento foi consequência de falhas técnicas no site da instituição, que está em reforma. O problema foi resolvido dois dias depois do incidente, mas continua a gerar repercussões. Após o ocorrido, a aluna O.Z., que prefere não se identificar, contou ao Vila Mariana como se sentiu.
“Nós rimos muito a principio, mas aí a gente achou de outros anos e falavam algumas coisas que não eram de interesse pedagógico”, disse a estudante, sobre como reagiu ao ver comentários referentes a ela. “Uma das minhas professoras favoritas disse que eu era descontrolada porque eu tinha dito que estava apaixonada e uma semana depois que eu estava triste por não estar amando mais. Achei antiprofissional e sem fins educacionais”.
Os dados são das turmas que passaram pelo colégio entre os anos de 2007 e 2012. Algumas pautas continham informações que deveriam ser conhecidas apenas pela coordenação escolar, como doenças e problemas familiares. Um aluno autista foi comparado ao personagem de cinema Forrest Gump, portador da sídrome de Asperger.
O aluno que alertou os colegas sobre o ocorrido foi punido com oito dias de suspensão, pena máxima antes da expulsão. Muitos se mobilizaram, organizando um protesto contra a medida tomada pela escola. A manifestação chamou a atenção da diretoria, que concordou em convocar uma assembleia. Ao final, foi decidido que a pena do estudante seria reduzida e o colégio emitiria um pedido de desculpas.
“Achei satisfatório o resultado e fiquei feliz que o colégio escutou a gente. Conversamos com diplomacia e educação, ninguém perdeu a linha em nenhum dos lados”, comentou O.Z. a respeito da resolução proposta. A reunião contou com a presença de representantes do corpo docente, especialistas em relações escolares mediando o diálogo, coordenadores e do diretor presidente.
O incidente teve uma boa consequência: a união entre os alunos em momento de crise. “Os alunos tiveram ética e união. Muitos não aderiram ao protesto, mas ninguém fez bullying ou zoou alguém. Tivemos ética e maturidade o suficiente pra isso.”

Victória Faragó (1 sem)