Carregadas de significados, as tatuagens marcam na pele um momento especial, um amor e até uma convicção politica. Mas o tempo passa, a vida muda, e, em alguns casos, elas podem perder o significado que antes possuíam, passando a se tornar indesejáveis. O maior medo das pessoas ao fazer uma tatuagem é que ela se torne um fantasma que irá assombrá-la para sempre.
Mesmo com todos os avanços das técnicas para apagar a tatuagem, o medo faz com que todos pensem muito bem antes de encarar a agulha. E ainda sim, mesmo pensando, considerando, esperando e escolhendo cuidadosamente a tatuagem, algumas pessoas queriam poder voltar naquele momento em que decidiram marcar suas vidas com desenhos, frase ou símbolos. Os motivos que levam alguém a se arrepender são vários: imagens que envelheceram com o tempo, o nome de uma pessoa que já não é importante, figuras mal feitas, mensagens que expressam algo da vida que já não corresponde mais.
Na maioria das vezes, as tatuagens que causam arrependimentos são aquelas feitas na adolescência, e com isso causam vergonha em seus donos.
Daniel Oliveira Ferrari, 25, é tatuador profissional. Ele conta que, com o tempo, a procura pela tal “arte” só tende a aumentar. As pessoas cada vez mais vem com ideias de tatuagens inusitadas, mas às vezes bate aquele arrependimento e a vontade de remoção. A maior procura é daqueles que fizeram tatuagens para homenagear o namorado (a), mas que terminaram o relacionamento e no final se arrependeram. Quando perguntado sobre as possíveis desistências dos clientes, ele não hesita: “Ninguém nunca desistiu da tatuagem no meio da sessão, mas já desistiram por dor.”
Desde pequeno Daniel sempre gostou de desenhar, comenta que o pai já havia percebido que ele levava jeito para a arte. Sua primeira tatuagem foi feita quando tinha 17 anos, um “Grifo” na coxa, que é um animal mitológico que junta um leão a uma águia.
No Brasil não há cursos de especialização para tatuadores nem voltado para isso. “O ruim do Brasil é que aqui não investem nesse lado da arte”, diz Daniel.
“Tatuagem não é um produto, é um investimento” diz Daniel Ferrari. Foto: Alexa Rosatti
Thaisa Giannakopoul0s (1º semestre)