Mel Saliba – (2º semestre)
A troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo é tradição no Brasil há muitos anos e, em 2022, não seria diferente. São muitas as histórias com os cromos que marcam a memória dos brasileiros a cada quatro anos. Elas podem ir desde jovens que começaram a se interessar pelo futebol depois do desafio de completar o livro ilustrado e de crianças que criaram laços afetivos com os pais por encararem juntos a missão, a casais que se formaram após uma despretensiosa troca de cromos e de olhares.
O primeiro álbum de figurinhas de uma edição do campeonato mundial foi lançado no Brasil em 1950, exatamente no ano em que a seleção brasileira perdeu na final para a uruguaia. Na época, tinham figurinhas que eram fabricadas em quantidades bem menores e eram mais difíceis de encontrar. Quando chegou 1970, foi criada uma lei que determinou que fosse impresso o mesmo número de cromos normais e dos considerados raros.
A pré-venda do álbum da edição de 2022 começou em 15 de julho deste ano e, a partir do dia 19 de agosto, passou a ser comercializado nas bancas do país inteiro na versão de capa dura, nas cores vinho (a normal), prata ou dourada, e na de brochura.
Dessa vez, a forma de colar é um pouquinho diferente. Enquanto nas Copas anteriores a ordem das figurinhas era da 1 a 682, agora, vai da 1 a 20 de cada uma das 32 seleções presentes no álbum. Sendo uma foto da equipe, o emblema da seleção e os 18 jogadores. Cada uma das figurinhas dos jogadores vem com o nome, país de origem, quando nasceu, peso, altura, posição em que joga no campo e a primeira vez que jogou em uma Copa.
A meta é completar as 70 páginas, conseguindo as 670 figurinhas. Cada pacotinho de 5, custa R$ 4, ou R$ 0,80 por cromo, o dobro do preço da Copa anterior, de 2018, em que o pacote com 5 figurinhas saía por R$ 2.
Mas o aumento significante dos valores não parece ter sido um empecilho consistente para que o povo brasileiro abrisse mão de um costume que passa de geração para geração.
Os diversos pontos de troca de figurinhas de São Paulo costumam ficar lotados aos finais de semana. Quando chove, faz frio ou anoitece, aqueles dentro dos shoppings enchem e até ultrapassam a linha delimitada para a atividade. Quando faz sol, os espaços indoors são substituídos por aqueles ao ar livre, como no Parque do Ibirapuera e na famosa Avenida Paulista.
Meninos, meninas, jovens, adultos, idosos, pai, mãe, todos participam da brincadeira que costuma durar horas dos sábados e domingos. Até porque, hoje, abrir um pacotinho e encontrar a foto do jogador, da seleção, do estádio ou do único emblema que faltava para completar uma fileira, uma página ou o álbum inteiro ainda causa no povo brasileiro a mesma sensação de felicidade que há 72 anos atrás.