Pietro Teixeira Ceccato – (2º semestre)
Em cartaz desde abril em São Paulo o musical Tatuagem faz sucesso no Espaço Cia da Revista. A peça musical é baseada no filme de Hilton Lacerda, de 2013. Já essa versão é dirigida por Kleber Montanheiro, diretor do espaço e que também assume os figurinos e cenários. e a trilha sonora é com as músicas do grupo “As Baias” e teve versões adaptadas por Marco França, o diretor musical.
A história se passa durante a ditadura militar brasileira e conta a história de amor entre Clécio e Fininha, diretor de trupe de artistas e um jovem soldado, respectivamente.
O grupo faz suas apresentações em um Cabaret, onde ocorrem shows, performances e peças de teatro, cujo nome é Chão de Estrelas. O grupo é contrário ao regime militar e defendiam a liberdade democrática e a possibilidade de fazerem seus shows, em oposição ao governo que os censurava.
Toda a ambientação é muito bem trabalhada para o público. Desde a entrada, o espaço é decorado com elementos da cultura pernambucana, onde se passa o espetáculo. Muitas frases e letras de músicas estão escritas nas paredes, preparando o clima do lugar para espectador, antes de entrar.
Por retratar a realidade de um grupo pobre, sem muitos recursos para produzirem seus adereços e figurinos, todos os elementos são feitos com objetos simples. Ha tampinhas de garrafa, fantasias com papelão, e rendas, da moda local além e muitos outros elementos que trazem veracidade a história contada pelo grupo. Tudo é muito colorido e essas cores são um encanto aos olhos, com os diferentes tipos de tecidos e brilhos devido à preocupação estética da direção. A iluminação é pensada também, com lustres criativos e luzes coloridas.
O teatro tem vários elementos como máscaras, símbolos, fotos, e desenhos que remetem a cenas da peça. O lugar pequeno, com poucos lugares mas provoca uma inserção de da veracidade a história. Simula um cabaré recifense, no subúrbio da cidade. Mesas e cadeiras estão espalhadas pelo lugar e alguns acentos de plateia tradicional delimitam o espaço em formato de “U”. Tudo isso funciona perfeitamente para ambientar o público, quebrando totalmente a quarta parede.
Foi feito também um trabalho gráfico feito por Louise Helene e Sérgio Santoian. Foram tiradas fotos do elenco e produção, inspirado em uma cena da peça. O projeto chamado “feito tatuagem” estampa na pele dos envolvidos nomes de pessoas envolvidas na ditadura.
Já o espaço da Cia da revista é um interessante lugar cultural de São Paulo. Localizado em Santa Cecília a casa funciona como cafeteria, teatro e bar, com o bar da revista
O local foi fundado em 2014 e desde então apresenta peças, principalmente musicais na cidade. Fundado por Kleber Montanheiro, ele dirige, atua, produz, comanda a mesa de luz e som e assina os figurinos e cenários da peça.
Em cartaz até o dia 29 de outubro, vale a pena conhecer a história de amor, revolução, liberdade e arte que Tatuagem carrega, além do espaço cia da revista.