Gabriella Figueiredo – (1º semestre)
Antônio Luiz – Vitor A. Altino – (3º semestre)
Antoine Hercule Romuald Florence, mais conhecido como Hércules Florence, foi um desenhista e inventor brasileiro de origem francesa, que nasceu em Nice, França. Filho de um cirurgião do exército real francês, Arnauld Florence, e de Augustine de Vegnalys. Hércules herdou de seu pai o gosto pelo desenho.
Em 1807 mudou-se com a família para Mônaco. Trabalhou como desenhista e calígrafo, recebendo encomendas das autoridades. Enquanto, dedicava-se ao estudo de matemática e física também.
Hércules chega ao Brasil em abril do ano de 1824 e arruma trabalho, inicialmente em uma casa comercial e depois em uma livraria e tipografia. Entre 1825 e 1829 participou de uma expedição científica, chamada Expedição Langsdorff, pelas províncias do País, incluindo o interior da Amazônia, com o cargo de 2º desenhista, pelo seu talento artístico e conhecimento de cartografia.
Durante a viagem, escreveu um Diário de Bordo, posteriormente publicado em 1875 com o nome “Esboço da Viagem feita pelo Sr. Langsdorff ao interior do Brasil, desde setembro de 1825 até março de 1829”. Nele estão todos os desenhos e estudos feitos por Florence durante a expedição, com detalhes sobre os relatos do capitão e de suas descobertas. Além de suas pesquisas sobre a Zoophonia, os sons emitidos pelos animais (principalmente os pássaros), estarem escritas e desenvolvidas no diário.
Após a expedição, Hércules volta a São Paulo e se casa com Maria Angélica Machado, fixando residência na Vila de São Carlos (atual Campinas). Nisso, começa a escrever seus primeiros manuscritos para publicar seu trabalho sobre a Zoofonia e os seus desenhos executados na expedição. No meio do processo, encontra uma nova maneira de impressão, a Poligrafia, onde propôs o uso de uma placa de cera como matriz e uma tinta de consistência mais densa. Sendo que depois de várias experiências conseguiu que a poligrafia imprimisse todas as cores simultaneamente, levando ao desenvolvimento do Papel Inimitável, um tipo de papel de difícil falsificação.
E em 1833, obteve, através do uso de uma câmera escura, a primeira fixação da imagem no papel, usando nitrato de prata. Ou seja, um dos primeiros processos de criação fotográfica da história. Contudo, outros experimentos para fixar imagens já haviam sido feitos, como os dos estudiosos Joseph Niépce, Louis Daguerre e Henry Talbot. Ademais, Hércules foi o primeiro a usar a palavra “Fotografia”, cinco anos antes dela ser utilizada pela primeira vez na Europa por John Herschel.
Apesar disso, chegou ao Brasil em 1839 a notícia da descoberta da gravação da imagem por meio da Câmara Obscura pelo francês Louis Daguerre. Sendo assim, Florence redigiu um manuscrito reafirmando o caráter inventivo de seus trabalhos referentes à poligrafia e à fotografia, publicados pelos periódicos Phoenix e o Observador Paulistano. Ademais, em 1840 o jornal Jornal do Commercio divulgou uma carta escrita por Hércules, na qual ele comunicou a descoberta da poligrafia e mencionou ser um dos descobridores do processo fotográfico.
Em 1843 a Academia de Ciências e Artes de Turim declara no dia 8 de janeiro que o processo de impressão de notas bancárias inigualáveis merecia a proteção do governo da Sardenha. Igualmente à Academia Imperial de Belas Artes que no dia 22 de novembro se pronunciou de forma favorável à descoberta do novo processo de impressão de notas inigualáveis.
Hércules era dotado de um talento tão extraordinário que seu trabalho chamou a atenção até de D. Pedro II, Imperador do Brasil, em visita à região de Itú e Campinas em 1876.
Por fim, após dedicar sua vida à seus estudos e invenções, os quais mudaram o curso da história mundial, o pesquisador francês, Hércules Florence, faleceu na cidade de Campinas no estado de São Paulo, no dia 27 de março de 1879, devido a uma cruel enfermidade.