Maria Eduarda Cruvinel – 2º semestre
Em muitos bairros de São Paulo, o descarte incorreto de lixo virou parte do cotidiano. Não se trata apenas de um problema urbano, ele tem impactos diretos e de longo prazo no meio ambiente e no clima global. Quando resíduos são abandonados em locais inadequados, diferentes processos de decomposição e contaminação entram em ação.
O problema, que afeta principalmente áreas periféricas, vai muito além da sujeira visível, como o que ocorre nas margens do Rio Tietê, que conta com comunidades que descartam esses lixos de forma incorreta. Materiais orgânicos abandonados a céu aberto se decompõem sem oxigênio e liberam metano (CH₄), gás até 28 vezes mais potente que o CO₂ no agravamento do efeito estufa. Pequenos pontos irregulares de lixo acabam funcionando como aterros clandestinos que alimentam silenciosamente o aquecimento global.
Quando chove, parte desse lixo é arrastado para bueiros e chega aos rios Tietê e Pinheiros. Assim, plásticos se fragmentam em microplásticos, que contaminam peixes e podem retornar ao consumo humano. “O microplástico não desaparece, ele apenas se espalha e volta para nós”, explica a bióloga Helena Braga.
O entupimento de bueiros também é uma das consequências que o lixo traz para a sociedade. Isso intensifica enchentes, degrada áreas verdes e contribui para o aumento das ilhas de calor na cidade. Os moradores são os primeiros e mais afetados nesses casos, como ocorre na Vila Mariana, bairro da cidade de São Paulo.