Movimentos Artísticos – Hieronymus Bosch

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Atsuhiko De Moraes Uehara – (2º semestre)

Enrico Sordili Cosentino – (2º semestre)

Gustavo Lentini Rustom – (2º semestre)

Pedro Cicolin Guarache – (2º semestre)

Hieronymus Bosch foi um pintor holandês, chamado Jeroen van Aken, que usava o pseudônimo para suas obras. Nasceu em 1450 e veio a falecer em 9 de agosto de 1516. Seu sobrenome, faz homenagem a cidade que nasceu, chamada Hertogenbosch, comumente chamada pelos seus moradores de Bosch.

Nascido em uma família de pintores, o pintor viveu entre o fim da Idade Média e o início do Renascimento (movimento econômico e político que surgiu na Itália, inspirado nos valores da Antiguidade Clássica). Os primeiros registros de suas obras mostram a profunda formação religiosa do pintor e de sua família. Bosch deu os seus primeiros passos na área pintando e gravando ao lado de familiares, dividindo o mesmo atelier.

O pintor vivia num lar abastado e a família tinha relações próximas com o poder religioso local. Especula-se que Bosch foi um fanático religioso bastante conservador. Em 1488, ele supostamente entrou para a Irmandade de Nossa Senhora, uma comunidade ortodoxa na qual era muito respeitado, irmandade essa na qual sua mulher e seu pai, também faziam parte.

Embora já tivesse boas condições para pintar, o seu cotidiano de trabalho melhorou ainda mais depois de ter se casado, em 1478, com uma jovem rica da região oriunda de uma família de mercadores da cidade vizinha de Oirschot. Aleyt Goijaert, a esposa, fornece à Bosch toda a estrutura que o artista precisava e alguns importantes contatos. O casal ficou junto até o final da vida e não tiveram filhos.

A cronologia da produção artística de Bosch é desconhecida, mas acredita-se que em sua primeira fase estão as obras de temas tradicionais e de estilo arcaico. Encontramos nas suas obras figuras psicodélicas, demoníacas ou fantásticas, mas também assistimos a reprodução de passagens bíblicas. Bosch canalizava em seu trabalho sua indignação perante a moral e religião burguesa controladoras e, portanto, críticos insatisfeitos declararam na época que ele era um blasfemador, sádico e herético.

Entre suas primeiras obras destacam-se: A Extração da Pedra da Loucura, Crucificação, A Nau dos Insensatos e Os Sete Pecados Capitais. Nesta última aparecem temas que se tornaram frequentes em todas as suas obras, como a natureza pecaminosa do homem e a dificuldade da salvação. O estilo de Bosch se diferenciava dos demais quadros produzidos na época especialmente no que diz respeito ao estilo, para muitos, ele foi o precursor do Surrealismo.

Para o historiador de arte espanhol Fernando Marías, existem quatro períodos que dividem as obras de Bosch, o primeiro mostra afinidades com painéis holandeses do final do século XIV e começo do século XV, bem como com antigas xilogravuras e gravuras em metal holandesas e alemãs. Interiores arquitetônicos também estão presentes nessas primeiras obras e apenas nelas a técnica é precária, com pinceladas limitadas, figuras achatadas e rígidas e uma composição esquemática.

O segundo período situa-se aproximadamente entre 1480 e 1485 e constitui uma fase de transição. As figuras ainda são duras, mas já apresentam algum movimento, sobretudo nas dobras das vestes. A composição continua algo esquemática, porém a técnica mostra-se um pouco mais aprimorada. A grande novidade deste período está na ampliação da temática, apontando para os grandes painéis que estavam por vir e revelando uma capacidade cada vez maior de causar impacto.

O terceiro período, situado mais ou menos entre 1485 e 1505, inclui as obras da maturidade, entre as quais, seus trípticos mais famosos: O Carro de Feno, O Jardim das Delícias e As Tentações de Santo Antão. Sua pintura agora é imediata, e cheia de expressividade e ousadia, cada figura tem um significado que a forma tende a sublinhar; em cada imagem, expressão alusiva de um símbolo, encontra-se semi-oculto, um conceito. Os detalhes multiplicam-se, carregados de significado. A composição torna-se mais e mais audaciosa, organizando-se por meio de planos que se justapõem, de baixo para cima, num verdadeiro desafio para o observador.

No quarto e último período, de 1505 até sua morte, a inquietação espiritual e artística parece acalmar-se. A paleta clareia, e as figuras muitas vezes crescem a ponto de converter-se em elementos únicos de atenção. Algumas chegam a ser majestosas e quase calmas; outras continuam disformes e horrendas, mostrando no aspecto repulsivo a maldade que as corrói por dentro.