Jovens visitam a Sala São Paulo pela primeira vez e relatam experiência

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Giovanna Ruzene e Lucas Tadeu (1º semestre)

 

Foto: Lucas Tadeu

Ao chegar ao local, o lado de fora já impressiona pela beleza. Passando pela primeira porta e deparando-se com a arquitetura interna, outra sensação incrível. Inaugurada no dia 9 de julho de 1999, foi a primeira sala de concertos do Brasil e também considerada uma das melhores do mundo, desde a sua concepção.

No primeiro espaço tem bancos, estátuas e placas contando sobre a Sala São Paulo. Na entrada, é possível retirar o ingresso que já foi comprado anteriormente ou adquirir na bilheteria na hora ou, se preferir, utilizar o QR code da compra on-line.

É bem evidente o público que frequenta o local, a maioria, aparentemente, acima dos 50 anos. Poucos jovens foram à orquestra, o que pode representar certo distanciamento. A Sala tem espaços interessantes com livros, filmes e objetos para compra, além de espaços para comer. O espetáculo não é cansativo, a música atrai as pessoas e dá um sentimento de prazer ao ouvir.

Antes da orquestra, é possível se distrair com os estabelecimentos ou aguardar no hall principal. Quando se aproxima o momento (pontual) da apresentação, toca-se três sinais e, no terceiro, as portas se fecham. Existem algumas outras regras para serem seguidas durante a performance e a Sala já deixa avisos para o público.

Foto: Giovanna Ruzene

O espetáculo foi dividido em duas partes, com cinco músicas, sendo três na primeira parte e duas pós-intervalo.

O concerto oferece diversas estratégias de hibridismo estilístico do neoclassicismo, misturando estilos europeus e norte-americanos, como Jazz e Blues, com estilos brasileiros, como Frevo e folclore.

A primeira apresentação foi Ragtime for 11 instruments, com duração de cinco minutos. Foi uma música boa para começar a chamar a atenção do público, sendo animada, contagiante e leve.

A segunda foi Appalachian Spring Suite, com duração de 23 minutos. Começa suave com calma melodia, oferece tranquilidade. Com o passar do tempo, acelera o ritmo, deixando a plateia impressionada com o quanto uma música pode nos transmitir inúmeros sentimentos. Mesmo sendo uma apresentação intrigante, para pessoas que são menos atentas ou estão acostumadas com canções da atualidade de tempo, pode haver perda momentânea de foco.

Na última apresentação antes do intervalo, foi a vez de On the Town: Three Dance Episodes, com tempo de 11 minutos. A melodia chamava a atenção por ser estimulante, com muita presença de violino transmitindo o sentimento de êxtase. Também foi a mais aplaudida pelo público.

Nessa primeira parte, ao observar a plateia, foi possível perceber o quão conectados estavam com a música e o quanto admiravam os esforços de todos na apresentação, sempre mostrando grande satisfação após as músicas.

Após o intervalo, o espetáculo continuou com a performance da Suíte Sinfônica Nº2 Pernambucana, com tempo de 17 minutos. Essa música foi a que trouxe mais símbolos brasileiros, como o Frevo, Dança dos Caboclinhos, Aboiado e Maracatu. Ela possui elementos das canções brasileiras, alegre, contagiante e com ritmo acelerado. Uma boa escolha para a volta do intervalo chamando a atenção dos presentes.

A última apresentação foi de Radamés Gnattalli, cuja performance de mesmo nome teve duração de 21 minutos. Segundo a maestra Ligia Amadio, esta música foi apresentada poucas vezes devido à sua dificuldade de execução, pois, o material estava em manuscritos e nas mãos de parentes do autor. Mas o contrabaixista Daniel Penteado teve acesso a elas e conseguiu fazer a edição. O começo atrai pelo piano, mas, com o passar do tempo, a apresentação fica monótona.

No geral, tudo é extremamente interessante e mostra uma cultura que, principalmente no Brasil, não é vivenciada por todas as idades. Já estamos com vontade de voltar.

 

Sobre a Sala São Paulo

A praça Júlio Prestes, onde está localizada a Sala São Paulo, é um local de fácil acesso, tanto para quem vai de carro – já que conta com estacionamento no local – quanto para quem vai em metrô. A estação da Luz fica a 500 metros, sendo uma caminhada de seis a oito minutos. Dependendo do horário, não é aconselhável fazer esse trajeto devido aos problemas de segurança da região.

A Sala possui diversos espaços, entre eles está um café e um restaurante, uma loja para venda de CDs, DVDs e livros de música e arte, e outra para produtos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e do Coro da (Osesp).

Faz parte do Centro Cultural Júlio Prestes, localizada no bairro de Campo Elísios, no centro da cidade de São Paulo. Sua primeira exposição foi a Sinfonia n°2 de Gustav Mahler, Ressurreição.

A sala tem capacidade para 1.498 espectadores e possui 22 camarotes. Também sendo sede da Osesp, a acústica do espaço é considerada por muitos especialistas como a melhor do mundo e por ter os mais atualizados padrões internacionais, sendo comparada com outros locais de prestígio mundial.