“Jornalista deve entender o mundo”, diz editor Paulo Lima

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A aula magna do curso de Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) aconteceu na quinta-feira, 22 de agosto, e contou com a presença do fundador e editor da revista Trip, Paulo Lima. Durante o evento no campus da rua Dr. Álvaro Alvim, zona sul de São Paulo, o palestrante abordou temas como a sua trajetória no mercado de comunicação, o modo de fazer revistas no Brasil e o jornalismo atual.

Com bom humor, Paulo Lima, também colunista da IstoÉ e apresentador da Trip FM (transmitido pela rádio Eldorado), afirmou ter ouvido, certa vez, que é possível enxergar o jornalista de três formas: “uma pessoa que interpreta o mundo, decodifica-o e relata-o”, “alguém que é pago para entender o mundo” e, segundo ele, a sua preferida, “um profissional que tenta noticiar e explicar algo que nem mesmo ele entende” .

Sobre os conceitos das revistas Trip e TPm, busca fugir da “lei Richard Stolley”, ou o “jovem é melhor que velho’’, colocando diferentes estereótipos nas capas dessas revistas. Como entrevistador, Paulo Lima, procura ambientes intimistas para realizar o seu trabalho, “lugares fechados em que há uma mesa e duas cadeiras de madeira”. Como editor, o jornalista procura abordar pautas com temas relevantes ao interior das pessoas, a “angústia do ser humano”, contando com um psicanalista em sua equipe.

Em entrevista ao portal de notícias da ESPM, Paulo Lima disse que adere à ideia de contrapor um texto em dois temas distintos, e não tem uma área do jornalismo preferida. “Não gosto de estar parado numa turma. Ser do rádio ou da revista, ser da praia ou ser do esporte. Eu gosto de fazer tudo e não estacionar em nada”.

Paulo Lima não possui conta pessoal em redes sociais, como Twitter e Facebook e se diz apenas um observador: “não gosto de comentar, polemizar ou discutir”. Quando perguntado sobre a separação entre o público e o privado mostra-se uma pessoa que preserva seu anonimato: “eu brinco um pouco com essa coisa de ser uma figura pública. Não exagero. Mantenho a minha privacidade”.

Ao aconselhar futuros jornalistas, Lima cita Nelson Rodrigues: “jovens: envelheçam”. Por suas próprias palavras recomenda que os estudantes se mantenham humildes, cientes de suas próprias limitações e pensem que, ao mesmo tempo em que são figuras repletas de potencial, podem transformar o mundo ou podem ser nada.                                  

Naíla Almeida e Giulia Laseri (1º semestre)