Jogos online em sala de aula geram opiniões distintas

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Estudantes experimentam jogos digitais em sala de aula. Foto: Portal de Jornalismo da ESPM-SP

Jonas Lopes e Pedro Morandi (1º Semestre)

A percepção do aumento de jogos online em salas de aula têm gerado debate sobre os impactos do uso intensivo de jogos online na educação. Uma revisão sistemática de artigos sobre o tema, por exemplo (link), analisou os efeitos da gamificação em contextos como educação e comportamento digital, destacando como elementos de jogos podem influenciar o engajamento e a motivação em ambientes educacionais.

Já no Brasil, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), passou a disponibilizar jogos gratuitos que apoiam o uso de tecnologias em sala de aula. Esses games auxiliam no aprendizado de formas geométricas e da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Para Vicente Martin Mastrocola, ou Vince Vader, como é conhecido o professor da ESPM-SP,os jogos podem ser incorporados de forma positiva ao ambiente educacional, desde que conectados ao conteúdo e usados como ferramenta de engajamento: “Uma boa maneira seria o professor utilizar os jogos junto com os estudantes para criar dinâmicas interessantes e que se conectem ao conteúdo abordado”, sugere.

Entretanto, “aquela história de que ‘eu consigo prestar atenção na aula e jogar ao mesmo tempo’ não cola. Especialista em cultura gamer e professor das disciplinas de Projeto de Game Design e User Experience & User Interface, acredita que “a atenção deve estar focada no que está sendo transmitido naquele momento”, afirma Mastrocola.

Vader alerta sobre os efeitos dos jogos de estímulo rápido durante as aulas, destacando tanto seus benefícios quanto os malefícios para a vida cotidiana dos universitários: “Se a pessoa está jogando, não importa qual jogo seja, enquanto a aula acontece, é bem provável que ela não esteja prestando atenção ao conteúdo”, complementa o professor.

Os alunos

No entanto, essa percepção não é unânime entre os estudantes — especialmente entre aqueles que cresceram em ambientes digitais e multitarefa. Um aluno do 1º semestre de Jornalismo  da ESPM-SP que não quis se identificar compartilhou sua experiência: “Gosto de jogar, é uma forma de distração, dependendo do professor. Mesmo jogando, ainda consigo prestar atenção nas aulas. Inclusive, sinto que me concentro melhor”.

Outro estudante do mesmo curso, que também pediu ocultamento de sua identidade, apresentou uma visão diferente: “Jogo bastante durante as aulas, mas não em todas. Nas aulas em que o professor realmente ensina, eu presto atenção. Nas outras, jogo só para passar o tempo”, confessa.